Sobre Metodologia Ágeis e Frameworks

Olá! Hoje decidi escrever um pouco sobre alguns tópicos que me interessaram na aula de metodologias ágeis do MBA da USP. Então vamos lá!

Cynefin Framework: uma visão geral

O Framework Cynefin, desenvolvido por Dave Snowden, é um modelo conceitual usado para ajudar na tomada de decisões e na compreensão de sistemas complexos. Ele é particularmente útil em ambientes de negócios e organizações para entender contextos e aplicar a abordagem adequada para resolver problemas.

Cynefin: o que é, quem criou e para que serve com exemplos

O Cynefin categoriza os problemas e situações em cinco domínios distintos:

  1. Simples (ou Claro): Neste domínio, as relações de causa e efeito são claras e bem conhecidas. As soluções são óbvias e podem ser aplicadas através de procedimentos ou regras estabelecidas. Este é o domínio da "melhor prática".

    • Abordagem recomendada: Sentir — CATEGORIZAR — responder.

    • Ponto chave: Melhores Práticas - Restrições rígidas

    • Known-Knowns

  2. Complicado: Aqui, as relações de causa e efeito existem, mas não são imediatamente aparentes. Requer a análise de especialistas para entender estas relações. Uma vez compreendidas, pode-se aplicar a "melhor prática" ou uma solução comprovada, embora haja várias soluções possíveis.

    • Abordagem recomendada: Sentir — ANALISAR— responder.

    • Ponto chave: Boas Práticas - Restrições rígidas

    • Known-Unknowns

  3. Complexo: Neste domínio, as relações de causa e efeito são imprevisíveis e só podem ser compreendidas retrospectivamente. As soluções emergem através da experimentação e do aprendizado. Neste contexto, fala-se em "prática emergente".

    • Abordagem recomendada: EXPERIMENTAR — sentir — responder.

    • Ponto chave: Exaptive Discovery - Ativando restrições

    • Unkown-Uknowns

  4. Caótico: Não há relações claras de causa e efeito. As ações devem ser tomadas imediatamente para estabilizar a situação. Neste domínio, os líderes devem agir, entender o que aconteceu e, então, responder. A ação rápida e decisiva é crucial.

    • Abordagem recomendada: AGIR — sentir — responder.

    • Ponto chave: Novidade sobre pressão - Sem restrições

    • Unknowable-Unknowns

  5. Confuso (Antiga desordem): Este é um domínio de transição, onde não está claro qual dos outros quatro domínios se aplica. É um estado de incerteza e ambiguidade. A estratégia é quebrar o problema em partes menores e atribuir cada parte ao domínio apropriado para análise e ação.

O Framework Cynefin é dinâmico, permitindo que situações e problemas transitem entre os domínios à medida que mais informações se tornam disponíveis ou as circunstâncias mudam. A chave do Cynefin está em sua capacidade de oferecer uma abordagem contextual para a tomada de decisões e a solução de problemas, enfatizando que não existe uma única solução correta para todos os problemas.

Modelo cynefin framework: ¿Qué es cynefin y cómo se aplica? - Francisco  Cárcamo


Metodologia Ágil: Transformando o Mundo do Gerenciamento de Projetos

Advantages and Disadvantages of Agile Methodology: Pros and Cons

A metodologia ágil é um conjunto de práticas de gerenciamento de projetos que enfatiza a flexibilidade, a colaboração contínua e uma abordagem iterativa para entregar valor. Originária do desenvolvimento de software, a agilidade hoje é aplicada em vários setores, transformando a maneira como as equipes trabalham e os projetos são conduzidos.

Princípios Chave da Agilidade

  1. Iterativo e Incremental: Em vez de um planejamento extenso no início, o Agile promove ciclos curtos e iterativos de trabalho, conhecidos como 'sprints'.

  2. Colaboração e Comunicação: Encoraja a colaboração constante entre a equipe e os stakeholders, garantindo que todos estejam alinhados e comprometidos com o sucesso do projeto.

  3. Adaptação a Mudanças: Ao contrário dos métodos tradicionais, a agilidade acolhe mudanças, mesmo nas etapas finais do projeto, para melhor atender às necessidades do cliente.

  4. Entrega Contínua de Valor: O foco está em entregar pequenas partes funcionais do produto frequentemente, proporcionando valor contínuo ao cliente.

Por que Metodologia Ágil?

  • Flexibilidade: Permite ajustes rápidos em resposta a mudanças no mercado ou nas exigências do cliente.

  • Eficiência: Reduz desperdícios e foca no que é essencial para o produto ou projeto.

  • Satisfação do Cliente: A entrega contínua e a capacidade de incorporar feedback garantem maior satisfação do cliente.

  • Melhoria Contínua: A equipe reflete regularmente sobre como se tornar mais eficaz.

Frameworks Ágeis Populares

  • Scrum: Um framework que enfatiza a gestão e planejamento iterativo em sprints.

  • Kanban: Baseia-se na visualização do fluxo de trabalho e na limitação do trabalho em progresso.

  • Extreme Programming (XP): Foca na qualidade do software e na capacidade de resposta a mudanças.

Mapeamento de problemas no contexto ágil

Agile Developmet Impact Mapping | FFW

O "Mapeamento de Problemas" no contexto das metodologias Ágeis refere-se a um processo usado para entender e analisar um problema antes de começar a criar soluções. Esta abordagem é particularmente relevante no Agile, porque os métodos Ágeis priorizam a adaptabilidade, o desenvolvimento iterativo e o envolvimento das partes interessadas. Aqui está uma explicação de como o Mapeamento de Problemas geralmente funciona em ambientes Ágeis:

  1. Identificação do Problema: O primeiro passo é definir claramente o problema. Isso envolve entender a natureza do problema, seu escopo e seu impacto. No Agile, isso geralmente é um processo colaborativo que envolve membros da equipe e partes interessadas.

  2. Desdobramento do Problema: Uma vez identificado o problema, ele é dividido em partes menores e mais gerenciáveis. Isso facilita entender as complexidades e interdependências. No Agile, isso pode ser feito mediante técnicas como histórias de usuário ou épicos, que ajudam na organização do trabalho.

  3. Análise do Problema: Esta etapa envolve uma análise mais profunda do problema. As equipes podem usar ferramentas como análise de causa raiz, análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças) ou Cinco Porquês para entender as causas subjacentes do problema.

  4. Mapeamento de Dependências e Impactos: Entender como diferentes elementos do problema estão interconectados é crucial. Isso pode envolver mapear as dependências entre diferentes partes do sistema ou entender como mudanças em uma área podem impactar outra.

  5. Engajamento das Partes Interessadas: Os métodos Ágeis enfatizam a importância do envolvimento das partes interessadas. O mapeamento de problemas muitas vezes inclui reuniões regulares com as partes interessadas para garantir que o problema seja compreendido a partir de múltiplas perspectivas e que as soluções consideradas atenderão às suas necessidades.

  6. Priorização dos Problemas: Após mapear o problema, as equipes Ágeis precisam priorizar quais aspectos abordar primeiro. Isso geralmente é baseado em fatores como valor comercial, impacto no cliente e viabilidade.

  7. Criação de um Roteiro: Finalmente, os insights obtidos com o mapeamento do problema são usados para criar um roteiro para a solução do problema. Este roteiro é flexível e iterativo, alinhado com os princípios Ágeis, permitindo ajustes conforme mais se aprende sobre o problema e a eficácia das soluções.

Nas metodologias ágeis, o mapeamento de problemas serve como uma ferramenta crucial para visualizar e compreender os desafios e obstáculos presentes em um projeto. Esta abordagem facilita uma compreensão mais profunda das questões em questão, ajudando as equipes a identificar soluções eficazes e formular planos estratégicos.

Ao criar um mapa de problemas, as equipes ágeis podem ver claramente os vários aspectos do problema, como eles se interconectam e o impacto potencial de cada questão. Esta representação visual é particularmente benéfica para fomentar a colaboração e a comunicação entre os membros da equipe e as partes interessadas, garantindo que todas as perspectivas sejam consideradas e que as soluções estejam bem alinhadas com os objetivos do projeto.

Além disso, o mapeamento de problemas em métodos ágeis não é um processo estático; ele evolui dinamicamente à medida que o projeto avança, permitindo o refinamento contínuo e o ajuste de estratégias com base em feedback em tempo real e descobertas.

PDCA no Contexto Ágil

How Is Scrum Related To Plan-Do-Check-Act (PDCA) Process?, 60% OFF

No mundo acelerado do desenvolvimento ágil, a necessidade de processos iterativos e adaptáveis é mais crucial do que nunca. Aqui, o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) se encaixa perfeitamente, oferecendo uma estrutura simples, mas eficaz, para a melhoria contínua.

O Que é PDCA?

PDCA é um método iterativo de quatro passos para a gestão e melhoria contínua de processos e produtos. Seus passos incluem:

  1. Plan (Planejar): Definir objetivos, identificar problemas e desenvolver hipóteses.

  2. Do (Executar): Implementar as soluções planejadas.

  3. Check (Verificar): Avaliar os resultados e comparar com os objetivos esperados.

  4. Act (Agir): Ajustar e padronizar as melhorias bem-sucedidas.

PDCA no Agile

No contexto ágil, PDCA oferece um loop de feedback contínuo que ressoa com os princípios de agilidade. Vejamos como:

  • Planejar com Flexibilidade

    • Em Agile, o planejamento não é um evento único. O PDCA permite revisões constantes dos planos, alinhando-se com a natureza iterativa do desenvolvimento ágil.
  • Executar com Adaptabilidade

    • A execução no Agile é sobre adaptabilidade e aprendizado rápido. PDCA promove essa mentalidade, incentivando a experimentação e ajustes rápidos.
  • Verificar com Transparência

    • A verificação no Agile é sobre transparência e feedback. PDCA se alinha com retrospectivas e revisões ágeis, onde as equipes avaliam seu progresso e aprendem com os erros.
  • Agir com Melhoria Contínua

    • Finalmente, a ação no PDCA é sobre fazer ajustes com base no aprendizado. Isso é fundamental no Agile, onde a melhoria contínua é uma pedra angular.

Benefícios do PDCA no Agile

  • Melhoria contínua: PDCA promove uma cultura de melhoria constante.

  • Adaptabilidade: Ajuda as equipes a se adaptarem rapidamente às mudanças.

  • Transparência: Encoraja a avaliação honesta e aberta dos esforços.

  • Eficiência: Processos mais eficientes através de ajustes iterativos.

Os 3 pilares do SCRUM

Agile 3 Pillars PowerPoint Template - PPT Slides

O SCRUM é estruturada em torno de três pilares fundamentais: Transparência, Inspeção e Adaptação. Vamos explorar cada um desses pilares e entender como eles contribuem para o sucesso de projetos que adotam a metodologia Scrum.

1. Transparência

O primeiro pilar do Scrum é a Transparência. Isso significa que todos os aspectos do trabalho devem ser visíveis para todos os envolvidos, tanto no que diz respeito ao processo quanto ao produto. A transparência permite que todos tenham uma compreensão clara do que está sendo feito e do que ainda precisa ser feito. Isso inclui:

  • Visibilidade do Trabalho: Utilizando quadros de tarefas (como o Kanban) para mostrar o progresso das atividades.

  • Documentação Clara: Manter documentações e artefatos do projeto atualizados e acessíveis a todos.

  • Comunicação Aberta: Fomentar uma cultura de comunicação aberta, onde todos se sintam confortáveis para compartilhar ideias, preocupações e feedback.

2. Inspeção

O segundo pilar é a Inspeção. Dentro do Scrum, é vital que os membros da equipe e os stakeholders inspecionem regularmente o progresso do projeto para identificar quaisquer desvios ou problemas o mais rápido possível. Isso é feito através de várias práticas:

  • Reuniões Diárias: Reuniões curtas realizadas todos os dias para que a equipe possa sincronizar atividades e planos.

  • Revisões de Sprint: No final de cada sprint, a equipe revisa o trabalho concluído e discute com os stakeholders.

  • Retrospectivas: Uma sessão onde a equipe reflete sobre o sprint anterior e identifica oportunidades de melhoria.

3. Adaptação

O terceiro pilar é a Adaptação. Se durante a inspeção, a equipe identifica aspectos que não estão indo bem, ajustes devem ser feitos o mais rápido possível. Isso inclui:

  • Ajuste de Prioridades: Reavaliar e ajustar o backlog do produto com base nas mudanças de requisitos ou feedback.

  • Melhoria Contínua: Implementar as lições aprendidas nas retrospectivas para melhorar o processo de trabalho.

  • Flexibilidade na Execução: Estar pronto para adaptar a estratégia ou o plano de execução em resposta a novas informações ou mudanças nas circunstâncias.

O Ciclo do Lean Startup: Entendendo Suas Etapas

O que é Lean Startup - O Analista de Modelos de Negócios

O Lean Startup é uma abordagem para negócios e desenvolvimento de produtos que visa encurtar os ciclos de desenvolvimento de produtos e descobrir rapidamente se um modelo de negócios é viável. Esta metodologia é particularmente popular entre startups de tecnologia, mas pode ser aplicada em qualquer setor. Ela é baseada em um ciclo iterativo de três etapas: Construir, Medir e Aprender. Vamos explorar cada uma dessas etapas para entender como elas contribuem para o desenvolvimento eficiente e adaptativo de produtos e negócios.

1. Construir (Build)

A primeira etapa do ciclo Lean Startup é a construção. Aqui, o foco é desenvolver uma versão inicial (ou MVP - Produto Mínimo Viável) do produto ou serviço. O objetivo do MVP é oferecer apenas o essencial para satisfazer os primeiros clientes e começar o processo de aprendizado o mais rápido possível. Características importantes desta etapa incluem:

  • Desenvolvimento Ágil: Utilizar metodologias ágeis para desenvolvimento rápido e eficiente.

  • Foco no Essencial: Concentrar-se em características fundamentais que refletem a proposta de valor do produto.

  • Lançamento Rápido: Evitar a perfeição e lançar o produto rapidamente no mercado para teste.

2. Medir (Measure)

Após o lançamento do MVP, entra a fase de medição. Nesta etapa, a empresa coleta dados sobre como os clientes estão usando o produto e como eles reagem a ele. Isso inclui análise de comportamento do usuário, feedback direto dos clientes, e métricas de desempenho do produto. Aspectos chave desta fase são:

  • Coleta de Dados: Utilizar ferramentas e métodos para coletar dados relevantes sobre a utilização do produto.

  • Análise de Feedback: Avaliar o feedback dos usuários para entender suas necessidades e expectativas.

  • Métricas de Desempenho: Focar em métricas que realmente importam para o sucesso do negócio.

3. Aprender (Learn)

A última etapa é aprender. Com base nos dados coletados na fase de medição, a empresa deve analisar os resultados e decidir o que fazer a seguir. Isso pode incluir perseverar no caminho atual, fazer ajustes no produto, ou até mesmo pivotar (mudar fundamentalmente a direção do produto ou modelo de negócios) se os dados indicarem que o modelo atual não é viável. Esta etapa envolve:

  • Análise Crítica: Avaliar honestamente os resultados e decidir se eles atendem às expectativas.

  • Decisão Informada: Usar os dados para informar a decisão sobre continuar, ajustar ou pivotar.

  • Iteração Rápida: Rapidamente implementar as mudanças necessárias e reiniciar o ciclo.


Bibliografia e referências:

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